Aconteceu
nesta quarta-feira (13), no Ministério dos Transportes, em Brasília
(DF), uma reunião de alinhamento sobre as medidas emergenciais para
minimizar os impactos sociais e econômicos provocados pelo desabamento
da Ponte Juscelino Kubitscheck, que ligava o Maranhão e o Tocantins.
Participaram o ministro Renan Filho, os governadores Carlos Brandão e
Wanderlei Barbosa, além de prefeitos das diversas cidades afetadas nos
dois estados.
Também
participaram da reunião, representando o Governo Federal, Osmar
Ribeiro, que está respondendo interinamente pelo Ministério do
Desenvolvimento Social; Roberto Garibe, secretário do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), da Casa Civil; Viviane Esse, secretária
Nacional de Transporte Rodoviário; Fabrício Galvão, diretor-geral do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
A
Ponte Juscelino Kubitscheck, que ficava entre as cidades de Estreito
(MA) e Aguiarnópolis (TO), desabou parcialmente no dia 22 de dezembro de
2024. No dia seguinte, o ministro Renan Filho vistoriou o local do
desabamento e anunciou a abertura de um decreto emergencial para
reconstrução da estrutura.
O
governador Carlos Brandão - que participou da reunião acompanhado do
superintendente do Dnit no Maranhão, João Marcelo; do deputado federal
Hildo Rocha; do deputado estadual, Antônio Pereira; e secretários
estaduais; - afirmou que o Governo do Maranhão trabalhará com o Governo
Federal para minimizar os danos e buscar soluções mais rápidas e
eficazes com o intuito de restabelecer a normalidade na região.
“Aqui,
cada prefeito das cidades afetadas apresentou diretamente ao ministro
suas demandas específicas. As cidades enfrentam impactos tanto
socioeconômicos quanto de gestão, infraestrutura, saúde e outros. O
Governo do Maranhão já tomou diversas medidas de apoio aos municípios,
mas a obra é uma competência federal. Estamos saindo daqui otimistas,
com grupos de trabalho formados e com a certeza que os municípios
afetados terão toda a assistência necessária”, assinalou o governador
Carlos Brandão.
Durante
a reunião, Renan Filho afirmou que a obra já está contratada e assumiu
um novo compromisso: o de finalizar a nova ponte até o fim deste ano.
“Nós
vamos trabalhar para entregar a ponte até o fim deste ano. Quando
estive nos dois estados informei que nós teríamos três etapas de
trabalho: o atendimento às pessoas, a demolição da antiga estrutura e,
por fim, sua reconstrução. Já estamos na fase final da demolição e da
remoção dos destroços para podermos iniciar a obra que já está
contratada e com os recursos necessários garantidos”, declarou o
ministro Renan Filho.
Cronograma de ações
Também
ficou definido um cronograma de acompanhamento da obra e demais ações
do Governo Federal até que a nova ponte seja entregue. “Vamos fazer uma
reunião mensal com os governadores Carlos Brandão e Wanderlei Barbosa
com a participação de todos os prefeitos das cidades afetadas nos dois
estados. As reuniões podem ser on-line para que todos possam cumprir com
suas agendas locais. Isso será importante para a gente ter
transparência máxima na reconstrução da ponte de Juscelino Kubitschek”,
informou Renan Filho.
O
ministro afirmou, ainda, que o Ministério dos Transportes fará o
melhoramento das rodovias nas regiões dos dois estados que foram
afetados pelo desabamento da ponte.
“Tivemos
que rearranjar a malha viária, desviando para os municípios todo o
trânsito que antes trafegava pela ponte. Sabemos dos impactos disso na
malha viária das cidades, das rodovias, e não seria justo deixar mais
esta situação sem solução. Por isso, vamos também cuidar da recuperação e
manutenção delas”, garantiu o ministro.
O
governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, também apresentou os
impactos sociais e econômicos que o desabamento da ponte está causando
no estado. “Todo o trânsito que atravessava o Maranhão passa, agora,
pelas nossas cidades. Fizemos todo um levantamento destes impactos,
apresentamos ao ministro e de agora adiante nós teremos ações mais
concretas e objetivas na recuperação da ponte, das rodovias que cortam
os dois estados, além de apoio aos pequenos e médios empresários e
comunidades impactadas”, afirmou.
Demanda dos prefeitos
Os
prefeitos maranhenses das cidades impactadas pelo desabamento da ponte
apresentaram as demandas específicas de cada cidade e demonstraram
confiança na resolução o mais rápido possível dos problemas que
enfrentam desde o ocorrido.
Estreito,
onde ficava a cabeceira do lado maranhense da ponte, além dos problemas
viários, econômicos e sociais, teve uma unidade de saúde afetada, já
que o impacto do desabamento causou diversas rachaduras que
comprometeram a estrutura do hospital, dificultando o atendimento à
população.
“Nossa
região está sofrendo grandes danos na saúde, na economia, no social,
até o comércio está fragilizado com a falta desta uma ponte. Estreito,
onde ficava a ponte, é a cidade maranhense mais afetada. Por isso,
participar desta reunião e ver o esforço do governador Carlos Brandão em
movimentar Brasília para que nosso problema seja resolvido nos
tranquiliza”, afirmou o prefeito Léo Cunha.
Município
maranhense mais próximo de Estreito, Porto Franco também enfrenta
problemas no serviço de saúde e com os desvios que foram feitos para
manter o tráfego rodoviário na região. A cidade tem visto suas estradas
sofrerem os impactos do aumento do volume de veículos de grande porte e
transportando cargas pesadas.
“Porto
Franco é o município mais próximo de Estreito e também de
Aguiarnópolis. Trouxemos aqui a nossa realidade tanto na parte da
infraestrutura como na parte da saúde e outros impactos. O Governo do
Maranhão já tem nos ajudado e agora nós acreditamos que o Governo
Federal também vai se sensibilizar e dar a sua parcela de contribuição
até que a reconstrução da ponte seja concluída”, disse o prefeito
Deoclides Macedo.
Um
dos polos turísticos do Maranhão, Carolina também sofre consequências
com a queda da ponte. “Somos uma cidade turística que foi invadida por
caminhões de grande porte, o que tem afastado os visitantes. O comércio
local também enfrenta dificuldade justamente porque fica exatamente na
principal avenida do município, que agora é passagem de caminhões.
Então, é um momento difícil, mas vamos trabalhar para sair dessa
situação com união”, disse o prefeito Jayme Fonseca.
Maior
cidade maranhense da Região Tocantina, Imperatriz enfrenta problemas,
sobretudo de mobilidade. “Hoje, um trecho que a gente passava de oito a
doze minutos para percorrer pela BR-010 é feito em até uma hora e meia.
Esta situação tem prejudicado muito nossa cidade e toda a região, que
tem Imperatriz como referência. Por isso, a gente veio reivindicar junto
ao Governo Federal a reabertura e inauguração da duplicação da BR-010,
que já está concluída e vai ajudar a desafogar o tráfego na região”,
informou o prefeito Rildo Amaral.
Auxílio aos municípios
Em
janeiro deste ano, o governador Carlos Brandão lançou um pacote de
medidas para reduzir os impactos socioeconômicos nos municípios
maranhenses afetados com a queda da ponte entre Estreito e Aguiarnópolis
(TO).
Por
meio do programa Juros Zero empresas de Estreito, Porto Franco e
Carolina, cujo faturamento seja igual ou inferior a R$ 50 mil, que
tenham empréstimos adquiridos para a implantação de novos
empreendimentos, também no valor máximo de R$ 50 mil, terão os juros do
valor contratado pagos pela gestão estadual.
Também
foi feita a abertura de 650 vagas de estágio por meio do programa
Trabalho Jovem. Via Eixo Estágio Social, foram abertas 650 vagas para as
três cidades. O programa também vai disponibilizar mais 325 vagas, via
Eixo Apoio à Contratação.
O
pacote de ações anunciado ainda incluiu a edição de uma portaria que
prorroga, excepcionalmente, o prazo para pagamento parcelado do Imposto
sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). A primeira parcela
poderá ser paga até julho nas três cidades. Também será implantada uma
agência de trabalho do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em Porto
Franco.
Outra
medida anunciada foi a concessão de uma embarcação para garantir a
travessia gratuita da população que precisa se deslocar entre os dois
estados, via Rio Tocantins.
Fonte: Agência de Notícias - Estado do Maranhão